Estava pensando em como iniciar este artigo, quando me veio à mente uma forte lembrança da minha infância. Perfeccionista desde pequena, sempre fui boa aluna e adorava mostrar boas notas aos meus pais. Uma das poucas vezes em que tirei nota baixa (foi baixa mesmo): dois, em ciência, talvez tenha sido o fato que me ensinou além da grade curricular.

Cheguei em casa chorando. No dia seguinte, minha mãe foi conversar com a Professora Cida, a qual acconselhou que eu escrevesse a mão (mesmo porque naquela época não havia computador) a matéria toda para a próxima prova.

Ela afirmou que as pessoas aprendem e apreendem quando escrevem.

Talvez venha daí minha paixão por escrever. Por isso, este artigo, em especial, escrevo para mim. Quem sabe assim, consigo incorporar e apreender os benefícios ganhos ao tirar do papel as promessas que estou fazendo a mim mesma para o próximo ano.

E se, por acaso, lhe ajudar também - ótimo. Bem-vindo ao clube. 

Dia desses, antes de deitar, ouvi uma frase carregada de ciúmes com um misto de sarcasmo: “não vai levar seu amor?”, ao que respondi com uma forte gargalhada, mas claro, fui dormir pensando naquela comentário.

Será mesmo que estou exagerando?. Passei do limite do aceitável?.

Já havia sido avisada por alguns amigos sobre o comportamento quase que doentio, mas desta vez foi chocante.

Lá vou eu pequisar sobre o tema e, claro, nada de espantoso o fato de ser algo muito, mas muito mais comum do que imaginei. Qualquer semelhança não é mera coincidência, mas se você é como eu, a sua primeira visão matinal é a tela do smartphone, assim como a útlima antes de dormir.

Talvez o meu caso (assim como o seu) seja menos crítico, mas antes mesmo de ser diagnosticada nomofóbica, melhor partir para o detox digital noturno.

Nomofobia é um termo originado do inglês “no-mo” ou “no-mobile”, que significa sem mobile (celular), usada para designar a sensação de angústia e ansiedade que surge quando alguém se encontra impossibilitado de se comunicar com o celular.

Quase chegando a hora de pular as sete ondas, agradecer muito pelo ano iluminado que se encerra, e preparar a lista de promessas ou desafios para o próximo ano.

Não ir mais com o celular para a cama, está entre os três primeiros (apesar de achar o mais dolorido).

Listei algumas razões para justificar a mim mesma a separação que se aproxima.

# 1 Dormir melhor

Estudos revelam que ser exposto à luz azul e branca – típica de monitores, à noite, causa impedimento na liberação de melatonina (o hormônio que diz ao nosso cérebro que é hora de dormir).  O que significa que demora mais para pegar no sono. Alguns especialistas sugerem evitar o uso do celular até uma hora antes de deitar.

A qualidade do sono já seria uma excelente razão para o desapego, ao menos antes de ir para a cama. O tema tem sido foco de estudos, chegando ao ponto de ter sido lançada no mercado norte-americano a “a cama-estação para carregar celular”.

Me parece um tanto quanto exagerado e comercial, mas ao menos tem a intenção de, literalmente, fazer com que o celular tenha a sua própria cama (rsrsrs).

Olhando por outro ponto de vista, certamente, é menos exagerado e neurótico do que acessórios lançados exatamente para promover o oposto. Como este porta-celular para descansar as mãos, enquanto navegamos antes de dormir.

#2 Saúde da visão

Após um dia inteiro olhando para o computador e, em seguida, uma noite na frente da TV, os olhos precisam de um descanso. Para evitar dores de cabeça, olhos secos e visão turva, por exemplo, é altamente aconselhável descansar os olhos antes de dormir.

#3 Possível risco de tumor cerebral

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o aparelho celular emite uma radiação que pode aumentar as chances de desenvolvimento de tumor no cérebro. Mesmo que ainda não estejam comprovados os efeitos do contato do cérebro com a radiação do telefone, o mais aconselhável é evitar essa exposição sempre que possível.

Assustei quando li isso, por usar demais da conta o celular, mas, por via das dúvidas, vale a pena reduzir um pouco o contato com o aparelho, não é mesmo? Um bom horário para isso é a hora de dormir.

#4 A presença de mais bactérias do que em um vaso sanitário

Levamos o aparelho para todo lugar o dia inteiro, desde a mesa de casa, carro, mesa do escritório, mesa do restaurante (ou do bar) e assim vai. Tá certo que neste caso, uma limpezinha com pano umedecido com álcool já ajudaria, mas dificilmente lembramos disso, não?. Vale a pena pensar em evitar levar germes para o travesseiro.

#5 Risco de incêndio

Houve relatos de pessoas que, por adormecerem com o célular na mão, foram surpreendidas na calada da noite com o aparelho pegando fogo embaixo do travesseiro. Isso se dá, em especial, por conta do superaquecimento.

#6 Correr o risco de comprometer o relacionamento

No meu caso, quase que óbvio o alto nível de comprometimento. Sem dúvida, uma das mais fortes razões para deixar o celular carregando na sala, comprar um despertador (daqueles antigos) e seguir a vida. Afinal de contas, celulares existem aos montes…

Mesmo porque, a segunda promessa-desafio para o próximo ano é acordar as 5h30 da manhã (independentemente, do aparelho).

Ano que vem eu te conto como foi meu detox digital noturno. Depois de pesquisar e escrever sobre, sobram poucas justificativas para me deitar com ele.

E você, quais as suas promessas para o próximo ano?. Deixa seu COMENTÁRIO por aqui e COMPARTILHE a sua experiência.

Abraços. Até a próxima.

Luciane Borges

 

2 respostas

  1. Sensacional!!! Dicas preciosas…
    Tomara que muita gente leia.
    Felizmente, não pertenço ao clube.
    Meu celular é um Motorola velho que só serve para receber e fazer chamadas e enviar pequenas mensagens de texto.
    O restante faço via PC. Mas também não sou viciada neste, não…
    Se ajudar: divido meu dia em períodos. Para cuidar das minhas refeições e exercícios físicos. Para ler os jornais (online e impresso), quase sempre de forma dinâmica. Para responder e-mails. Para escrever (como você, escrevo muito). Para ler, ao menos, um capítulo de um livro. Para passar as roupas que vestirei no dia seguinte, enquanto ouço um ou dois jornais televisivos noturnos. E, sempre que possível, ligo a tv para assistir a um bom filme, que esteja passando na tv a cabo.
    Desligo o celular por volta das 10 horas da noite e vou dormir às 11 horas. Levanto-me às seis da manhã e só ligo o celular por volta de 8 horas. Até hoje, deu tudo certo. Eu e o celular nos damos muito bem. Ele não invade minha vida. Tenho tempo para mim, minha família, meus clientes e meus amigos. Beijo.

    1. Malu. Adoro seus feedbacks, ,mas este veio forrado de dicas práticas e valiosas demais sobre o desafio.
      Gostei demais das sugestões e vou aplicá-las, pois quero ter tempo de mais qualidade para todas as esferas da minha vida. Obrigada mesmo! 🙂

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