Workaholic de carteirinha, não consigo resistir. Mesmo de férias, nunca perco o hábito de analisar os fatos com um olhar mais profissional do que turístico.

Tive o inusitado prazer de desfrutar de “um dia de rainha” ao me hospedar em um hotel extraordinário, num nível que nunca havia visto. Um única noite gerou dezenas de fotos, dada a belíssima arquitetura e decoração do quarto, da sala de ginástica, da piscina, do corredor e do lobby. Aff. Tirei foto de tudo!!!!

Ao adentrar no quarto e pisar naquele tipo de carpete no qual os pés afundam, me deparei com uma carta personalizada e assinada por “seu mordomo”. A mesma trazia orientações para que a estada fosse a mais perfeita possível, até chegar ao mimo total de ter alguém disponível para desfazer e refazer a mala (pode isso?).Mas o que mais me chamou a atenção foi o parágrafo com os dizeres:

“Chame o seu mordomo a qualquer momento via whatsapp”.

O que? Terei eu lido corretamente? Quanta modernidade a serviço dos clientes!!

O prédio deste hotel foi construído no século dezessete. Imagino  que já passaram por lá ilustres personalidades do mundo, e outras tantas com muito dinheiro e nem tão famosas. A suntuosa arquitetura ainda mantem características marcantes da aristocracia, com requinte e perfeição a cada detalhe. Acontece que seus selecionados hóspedes deixaram as carruagens para dirigir carros velozes e de marca, e claro,  estão conectados às redes sociais. Isto é fato.

Achei fantástica a sacada do hotel no que tange à superar as expectativas, ao oferecer seu requintado serviço de mordomo por meio de uma das principais redes sociais do momento. Talvez nem seja algo tão novo assim. Seja algo muito comum para quem se hospeda nesse tipo de hotel constantemente – o que não é o meu caso.

O aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp soma 1 bilhão de usuários, ocupando a segunda posição do ranking mundial. Facebook ainda desponta com a maior rede social do mundo, com cerca de 1.6 bilhões de usuários ativos.

Você pode se questionar: e WhatsApp é rede social? Sim, porque sua função é promover o relacionamento das pessoas e possibilitar a troca de experiências individuais ou em grupo – o que contextualiza rede social antes mesmo da invenção da internet. E por falar em troca de mensagens instantâneas, chegamos ao terceiro colocado (também pertencente à família de Mark Zuckerberger) com 900 milhões de usuários ativos, o Facebook Messenger.

Estes dados foram extraídos do estudos e estatísticas Statista, e são referentes a janeiro de 2017. Qualquer atualização que seja feita no segundo semestre do ano, trará números estratosféricos, os quais reforçam o poder das redes sociais e, especial, corroboram cada vez mais para a adoção de estratégias de marketing e relacionamento com os clientes que passam pelas redes.

Outro canal que vem crescendo vertiginosamente é o Youtube. Da família Google, é inegável o poder desta ferramenta para a consolidação da marca, seja pessoal ou corporativa.

Experimente digitar no google a palavra-chave referente ao seu negócio. Vamos imaginar o segmento de pet shop. Logo na primeira página do resultado de busca vários dos seus concorrentes surgirão, sejam porque são bons pela forma como atuam ou porque são bons em SEO, Google Adwords e afins.

Agora faça o mesmo com o Youtube. Nova leva de concorrentes. Desta vez, um tanto quanto mais arrojados e, certamente, conhecedores do valor de marcarem presença numa rede onde a interação com o cliente pode ser, ao mesmo tempo, visual, auditiva e sinestésica. Tipo, lindos, dóceis, fofos e irresistíveis pets, pulando e brincado antes da entrada do comercial em si.

São inúmeras as opções de canais de acordo com público-alvo, custo, abrangência, engajamento e uma porção de variáveis que influenciam a adoção de determinada rede.

Ainda assim, vejo o Whatsapp como o mais sensível de todos, no que tange à privacidade. Receber um e-mail de madrugada é absolutamente normal. Uma notificação de novo vídeo publicado no YouTube, porque você escolheu seguir aquele canal e ser notificado, também entra na mesma classificação.

Ok. Mesmo que no Whatsapp também seja possível bloquear contatos, não arquivar imagens, limpar mensagens, entre outras funcionalidades, recebo diversas notificações de pessoas e marcas que nem sequer me conhecem, mas que mesmo assim inundam meu celular com mensagens não requisitadas, em horários inapropriados e com ofertas para as quais eu nem sou o cliente ideal.

Dias desses recebi uma mensagem que dizia: “Fala Lu”, de um número desconhecido. “Quem é você?”, questionei. “Fulano de tal, da agência XYZ….”. Logo em seguida uma mensagem gigantesca comentando sobre determinado lançamento e um link.

Oras. Eu não conheço a pessoa. Recebo uma mensagem invasiva, de um número desconhecido e ainda por cima com um link?. Com tantos golpes rondando a internet, claro que não cliquei naquele link.

Tenho dúvidas sobre o retorno de estratégias como esta. Quer seja no universo online ou offline foco no cliente e sua real necessidade é fator-chave para o sucesso de qualquer ação. Selecionar um bando de números e enviar mensagens aleatórias é tão ruim quanto enviar mala direta de um pet shop para pessoas que não têm animais de estimação.

Já pensou na estratégia para superar as expectativas de seu prospect ou atual cliente? Qual solução você tem a oferecer? Qual necessidade tem à atender?

Me arrependo de não ter requisitado algo ao mordomo via Whatsapp, só para saber como seria a continuidade da ação. Certamente, receberia a resposta numa bandeja de prata. Quem sabe numa próxima oportunidade?

Obrigada por sua leitura. Até a próxima.

Luciane Borges

Sobre a autora – Sou executiva de comunicação, relações públicas, estrategista de mídias sociais, e palestrante, com MBA em Comunicação com ênfase em Marketing pela ESPM- SP e especialização em Comunicação Corporativa pela Fundação Getúlio Vargas.

Após atuar por mais de 20 anos em multinacionais dos segmentos B2B e B2C, desenvolvendo projetos para construção de reputação e consolidação da marca, resolvi inovar na carreira, mergulhando no universo digital.

Hoje, assessoro profissionais e empresas a construírem e fortalecerem reputação digital, por meio de posicionamento estratégico nas redes sociais profissionais. Idealizadora da BeIn Digital, ministro cursos online sobre LinkedIn, sou palestrante sobre o tema e conduzo workshops – visando à ensinar os profissionais a explorarem tudo o que o LinkedIn oferece.

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