Sabe aquele vício de prestar atenção no celular e não na pessoa que está contigo? Este comportamento tem o nome técnico de phubbing.

O termo “phubbing” foi criado como parte de uma campanha pela Macquarie Dictionary, a qual uniu as palavras snubbing (esnobar) e phone (telefone) para descrever o ato de ignorar alguém usando o celular.

Não preciso ir muito longe para detalhar o quanto o ato de “phobar” é cada vez mais comum, e, o pior, inconsciente no nosso dia a dia.

Eu, pelo menos, devo fazer isso diversas vezes, em inúmeras situações, sem ao menos notar que estou preterindo o outro em favor ao meu smartphone.

A Universidade de Baylor recentemente realizou uma pesquisa com pessoas envolvidas em relacionamentos românticos, sendo que 70% dos participantes responderam que o excesso de uso do celular atrapalha as interações com seu companheiro.

Em outra pesquisa, 36,6% dos respondentes relataram sentir-se deprimido pela sensação de que seu parceiro prioriza o celular.

O fato é que perdemos a noção do limite. Um estudo da Deloitte divulgou que os brasileiros têm o hábito de mexer no celular, em média, 78 vezes ao dia.

Assim como em tudo na vida, o equilíbrio é a melhor e mais apropriada resposta.

Costumo dizer que o ponto fascinante em um celular é a mobilidade, seguida da tentadora sensação de controle de várias situações na palma da mão.

Com o celular conseguimos falar com amigos, participar de grupos, fazer negócio, divulgar oportunidades, arrecadar doações, se divertir com piadas, acessar e-mails, realizar operações bancárias, comprar pizza, chamar ajuda de transporte (seja táxi ou Uber) e mais um tanto de coisas.

Além disso, vamos combinar que a tela que tanto tocamos acaba agindo como uma nuvem protetora de desavenças. Muito fácil ignorar uma mensagem ou ler e não responder outra, talvez desagradável, deixando a poeira baixar e pensando melhor nas palavras.

Olhando deste ponto de vista, certamente o celular promove tréguas em relacionamentos.

Como equilibrar o acesso ao queridinho do dia a dia, e chegar a uma equação que não comprometa os relacionamentos mais próximos?

Já cheguei a me reunir com um grupo de amigos, sendo que cada um que chegava tinha que deixar o celular em uma caixinha separada. Um formato descontraído que encontramos para efetivamente botar a conversa em dia.

Algumas empresas, inclusive, instituíram total proibição do uso de celulares em reuniões. Fato um tanto quanto óbvio, porque as pessoas se reúnem para discutir ou apresentar algo – caso contrário, o encontro seria desnecessário.

Mas acredito que o mais forte impacto do “phubbing” aconteça nos relacionamentos amorosos ou familiares, pelo simples fato de que o “phobado” se sente rejeitado.

Algo do tipo: se estamos num restaurante e você prefere acessar o celular ao invés de conversar comigo, concluo que o que eu tenho para dizer ou a minha companhia é insignificante diante do universo online.

Parece neuras de relacionamento, mas esta simples conclusão – triste para um e inofensiva para o outro, pode ser a causa do início de uma briga ou de sérios problemas no relacionamento.

O que fazer então?

Seria cômico e nada simpático passar uma série de sugestões de algo que ainda não comprovei – mesmo porque, senti na pele o meu estilo “phobadora” de ser.

Não tenho respostas prontas, mas criei uma série de passos para me ajudar.

  1. Evitar de levar o celular na grande maioria possível dos compromissos sociais. Caso isso não seja possível, porque posso precisar dele para me ajudar com o GPS, ao menos deixá-lo desligado e dentro da bolsa.
  2. Quando estiver com alguém e, por alguma razão muito crítica, precisar acessar meu celular, antes da ação perguntar à pessoa se ela se sentiria desconfortável pelo fato de eu necessitar acessar o smartphone no meio da nossa conversa. Acredito que sempre será um sim, alguns sinceros outros não, mas pelo menos o movimento se torna consciente, para ambas as partes.
  3. Combinar com o amorzão que NÃO podemos, sob hipótese alguma, checar o celular em determinadas situações, como por exemplo: durante as refeições em casa, em um jantar romântico e no cinema. Como acho este passo o mais crítico, pois não depende apenas de mim, vou começar de leve, instituindo estas profundas mudanças em dois finais de semana ao mês.

Muita calma nessa hora. A mudança de comportamento demanda passos gradativos. Dizer que, daqui para frente deixarei de “phobar” amigos e familiares, seria um tanto quanto irrealista.

Prometo que te conto o quanto fui efetiva e, o melhor ainda, o quanto ganhei ao prestar atenção às pessoas que fazem parte de círculos importantes da minha vida.

Obrigada pela leitura. Até a próxima.

* artigo originalmente publicado na Revista A Empreendedora

Sobre a autora – Geminiana idealista, apaixonada por aprender e ensinar, fissurada pelo poder das redes sociais, sou executiva de comunicação, relações públicas, estrategista de mídias sociais, e palestrante, com MBA em Comunicação Corporativa pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Após atuar por mais de 20 anos em multinacionais dos segmentos B2B e B2C, desenvolvendo projetos para construção de reputação e consolidação da marca, resolvi inovar na carreira, mergulhando no universo digital.

Hoje, assessoro profissionais e empresas a construírem e fortalecerem reputação digital, por meio de posicionamento estratégico nas redes sociais profissionais. Idealizadora da BeIn Digital, ministro cursos online sobre LinkedIn, sou palestrante sobre o tema e conduzo workshops – visando à ensinar os profissionais a explorarem tudo o que o LinkedIn oferece.

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