Se você nasceu depois da década de 1980, muito possivelmente ache estranho o título deste artigo. ‘Sem lenço, sem documento’ é o título de uma famosa telenovela transmitida no final da década de 1970 (que conste nos autos que nesta época eu era uma criança, rsrsrs).

Antes mesmo de eu nascer, o termo fora título de uma música do legendário intérprete da música popular brasileira, Caetano Veloso. Quantas e quantas vezes os refrões da música grudavam em nossas mentes, após ouvi-la por uma única vez.

Sem lenço, sem documento. Nada no Bolso ou nas mãos. Eu quero seguir vivendo, amor eu vou.

Recentemente, participei de um congresso internacional com foco em discutir tendências e cases sobre Cidades Inteligentes. Foram mais 350 panelistas, muitos dos quais estrangeiros, apresentando formatos pra lá de inovadores já implementados em várias regiões do mundo.

Primeiro dia do evento, estávamos reunidos na sala de palestrantes quando encontro um dos panelistas internacionais. Ele não me pareceu super-mega-feliz, à primeira vista. Assim como as milhares de pessoas presentes, a primeira ação a ser tomada, após apresentar o crachá para entrada no pavilhão de exposição, foi se conectar ao Wi-Fi.

No portal do evento a conexão se dava de forma simples. Bastava fazer uma ‘assinatura’ no sistema via perfil de uma das seguintes redes sociais: Linkedin, Facebook, Twitter, Google Plus.

Pois então, o palestrante com certa ‘cara de zangado’ não conseguiu acesso, simplesmente pelo fato de que não tinha perfil em nenhuma rede social.

Pensei comigo mesma, como isso seria possível?

Século vinte e um, o mundo sendo transformado pelos avanços tecnológicos, a transformação digital permeando a agenda de organizações ao redor do globo, inteligência artificial, machine learning, carros autoguiados, e mesmo assim ainda há pessoas cuja presença digital é inexistente.

Na hora me veio à mente a famosa canção de Caetano Veloso. Até criei um trocadilho mental:

Pode até ser que Caetano Veloso tenha conseguido ir mesmo sem lenço e sem documento, mas o fato é que hoje em dia não vamos a lugar algum sem ‘identidade digital’.

Por que não, por que não? Por que não, por que não? Por que não, por que não? O último refrão da música nos traz repetitivas termos de interrogação. Por que não, por que não?

Oras, porque na era em que vivemos, qualquer tipo de ação online a ser tomada está acompanhada de uma assinatura com perfil digital, como se fosse uma credencial para acesso.

Um perfil virtual é a extensão do mundo real. Basicamente, quem não tem uma identidade digital não existe no universo online – o que nos leva a concluir que é uma pessoa, praticamente, ‘inexistente’, levando-se em consideração os impactos e influência da web na vida das pessoas.

Vai usar o aplicativo Uber? Crie seu perfil digital. Reservar hospedagem no Airbnb? Adivinhe? Crie o seu perfil.

Buscando algo nos sites de compra, Mercado Livre, OLX, Groupon, Submarino, Amazon e tantos e tantos outros? Crie o seu perfil ou sua conta.

A geração que acompanhou o lançamento do sucesso de Caetano Veloso, sendo mais realista, a geração que conhece o intérprete da MPB, integra o grupo dos profissionais que acreditam que estar nas redes sociais é perda de tempo. Já assessorei diversos executivos cuja presença digital era zero. Alguns deles, nem ao menos sabiam da existência de vídeos deles, com cunho institucional, no Youtube.

Negar o valor e necessidade de marcar presença nas redes sociais é uma batalha perdida. Segundo pesquisa realizada pela KRC Research e Weber Shandwick, entramos na era da reputação de executivos. A forte mudança tem ganhado força com o crescimento global da audiência de uma companhia. Há dez anos, mesmo com baixa exposição, um C-level conseguia comandar um negócio e gerenciar o relacionamento com os públicos de interesse.

Com isso, é quase que mandatório que um executivo esteja presente nas redes sociais, e de forma ativa, reforçando o posicionamento da marca e gerando engajamento com os diversos públicos.

Na mesma semana do evento, minha mãe navegava no facebook e viu o anúncio de determinado produto, pelo qual se interessou. Clicou no anúncio e automaticamente foi transferida para o site do e-commerce. Selecionou o produto, cor, tamanho, modelo e ao clicar em ‘comprar’ adivinhe?

Crie sua conta. Sorte que foi só selecionar ‘criar conta com perfil facebook’. Neste caso, o palestrante internacional tentando ‘login’ no portal do evento não pôde dizer o mesmo.

Agora, se você está lendo este artigo…

Obrigada pela leitura. Até a próxima.

Luciane Borges

Sobre a autora – Geminiana idealista, apaixonada por aprender e ensinar, fissurada pelo poder das redes sociais, sou executiva de comunicação, relações públicas, estrategista de mídias sociais, e palestrante, com MBA em Comunicação Corporativa pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Após atuar por mais de 20 anos em multinacionais dos segmentos B2B e B2C, desenvolvendo projetos para construção de reputação e consolidação da marca, resolvi inovar na carreira, mergulhando no universo digital.

Hoje, assessoro profissionais e empresas a construírem e fortalecerem reputação digital, por meio de posicionamento estratégico nas redes sociais profissionais. Idealizadora da BeIn Digital, ministro cursos online sobre LinkedIn, sou palestrante sobre o tema e conduzo workshops – visando à ensinar os profissionais a explorarem tudo o que o LinkedIn oferece.

Visite meu blog lucianeborges.com para ler mais artigos, sobre carreira, networking, superação, empreededorismo e LinkedIn.

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